Jornada 5...

Uns minutos de liberdade...aproveitemos para a análise mais que necessária à jornada 5...

Demasiado Braga para tão pouco Porto. Exibição confrangedora dos portistas perante um Braga de grande classe que contraria todas as minhas previsões. Uma equipa com princípio, meio e fim, bem orientada, com fio de jogo e que sabe o que faz. O Porto apresentou-se sem chama, sem capacidade de reacção a um Braga tão forte e capaz. O resultado, para quem viu o jogo, foi mais que óbvio...

Benfica descolorido, apesar de esforçado, conseguiu os 3 pontos. Não percebo como se colcoa em causa do penalti. O jogador do Leiria abalroa Aimar, dentro da grande área (alías, um dos jogadores do Leiria disse, no fim do jogo, que 'achava que não tinha sido penálti porque (...) a falta tinha sido fora da área...'), logo penalti! De resto, um Benfica já a fazer alguma gestão, mas que conseguiu o pretendido: mantém o Braga à vista e leva 3 de avanço do Porto e Sporting...

Sporting de garra, que continua a revelar os mesmos problemas. Muita garra, mas muito pouca coordenação em campo, perante um Olhanense muito bem organizado, atrevido, com uma equipa jovem e muito capaz. Referência para o penálti (ridículo, esse sim!) que dá origem ao segundo golo. Inacreditavelmente, no fim Paulo Bento veio queixar-se da arbitragem, dizendo que ainda está para vir o jogo em que o Sporting será beneficiado...

Vamos ao positivo e negativo...

Positivo
- Tremendo Braga, com ênfase em Alan (segundo golo importantíssimo, depois do de Alvalade), Mossoró, Eduardo (defesa monstruosa nos descontos) e à segurança defensiva;
- Vitória de Setúbal e Quim, a mostrarem que a culpa, se calhar não era dos jogadores. Vitória perante adversário directo, a deixar a equipa a respirar um pouco melhor...
- Rio Ave, juntamente com Braga e Benfica, a única equipa que ainda não perdeu;
- Castro, pelo golo fenomenal em Alvalade, será um dos melhores do campeonato, certamente;

Negativo
- Porto e o fraquíssimo jogo de Braga. Jesualdo e a sua invenção de Guarín;
- Naval, desde a direcção aos jogadores...época longa na Figueira e muitas compras em Dezembro...
- Angulo e a fraca forma. Se não está em condições, porque é que Paulo Bento o põe a jogar?
- Árbitro do Leixões-Guimarães, pelo penalti ridículo que decidiu assinalar...nem na China...
- Azenha e o seu comportamento deplorável. Depois do trabalho terrível que fez, ainda vem lançar dedos acusatórios em tudo quanto é direcção...e pensar que este senhor era a hipótese do outro candidato para treinar o Benfica...cheira-me que ficará no desemprego largo tempo!

Abraços e até à jornada 6...

Jornada 4...

Um final de semana caótico impediu-me de analisar a prestação da nossa selecção na Hungria e lançar a jornada 4. Fazendo de conta que nada disso aconteceu, atiro-me de cabeça à análise da jornada que ontem findou...

Mais uma vez deu para ver que o Benfica está bem e recomenda-se. 4 golos sem resposta fora de casa e perante o Belenenses (que agora todos vão dizer que era fraquinho, mas que nas primeiras 3 jornadas fez boas exibições) é obra. Boa exibição, tranquila e dominadora. Em suma, um Benfica a anos luz do que tínhamos visto o ano passado. Nota fantástica para o golão de Saviola (que cavalgada!), para as exibições de Ramires, Javi Garcia e do centro da defesa e para o grande Ruben Amorim (é bom jogador em qualquer lado). O Benfica parece, de facto, muito mais forte. Esperemos talvez por um teste mais a sério para o aferir.

O Porto também cumpriu e teve momentos de brilhantismo, especialmente na primeira parte. Também me parece uma equipa muito segura, talvez até mais que o Benfica, embora também fique um pouco aquém dos encarnados ao nível do ataque. Excelente primeira parte e gestão na segunda, porque amanhã há Chelsea. Mais uma nota positiva para Falcão (o homem parece que nasceu para me tramar), outra nota positiva para Varela (mais um desaproveitado no Sporting...). Mas acima de tudo o que me parece de assinalar é a segurança do Porto, muito competente lá atrás, correctamente balanceado nas suas acções ofensivas e muito capaz nas transições, daí ser tão raro o Porto ser apanhado com'as calças na mão'...

O Sporting é que confesso que mete algum dó ver jogar. Jogo aos repelões, sem fio preferencial, dependente de chutões para a frente e jogadas individuais (Vuk, Moutinho e Liédson). É uma equipa sem chama, que não consegue colocar em campo o tremendo potencial que alguns jogadores têm. Continuo a dizer que Bento vai ter dificuldade e que a época vai ser difícil lá para as bandas de Alvalade.

Em relação ao resto, temos Braga lá em cima (esta semana com empurrãozinho do árbitro...aquele penalti, sinceramente...), Rio Ave a fazer o favor de confirmar a minha previsão, Guimarães com a primeira vitória e os primeiros golos, Naval à deriva (já com Augusto Inácio a voltar ao activo), Setúbal anémico e Azen(l)ha, a ser goleado por tudo o que mexe. De registar e muito o regresso dos golos. Média superior e três por jogo, o que quer dizer que os avançados parecem ter acordado! Aleluia! Talvez este seja o ponto mais positivo da jornada.

Para a semana cá estamos de novo.

Abraços...

O que falha na Selecção???

É difícil de explicar o que se passou no Sábado à noite. 34 remates e apenas 1 golo. Para igual resultado a Dinamarca apenas precisou de 7 remates. Estranho? Nem tanto assim. Apenas um reflexo de um nervosismo que se instalou na equipa de Carlos Queiroz.

A primeira explicação está, quanto a mim encontrada. Este nervosismo tem sido grande inimigo da perfeição. A primeira parte, muito boa em qualidade de jogo jogado pela equipa nacional, foi fértil nas oportunidades perdidas e nalgumas desatenções defensivas, exactamente os lugares onde se evidencia mais o nervosismo quando este toma conta de uma equipa. De outra maneira não é possível explicar como é que Bruno Alves treme mais num jogo da selecção do que numa época inteira no Porto, como é que Simão falha aquilo que no Atlético marcaria de olhos vendados, ou como é que Ronaldo não marca aquilo que, ainda na temporada passada, marcaria até com a barriga.

Mas existem outros factores. Carlos Queiroz não está isento de culpas. Afinal, deixar Duda arrastar-se no lado esquerdo da defesa (facto que a Dinamarca, especialmente na primeira parte, fartou-se de explorar...) quando tem Antunes (que nem é convocado) ou até Miguel Veloso (que ficou na bancada) é quase um crime. Ao mesmo tempo, iniciar um encontro em que precisava de ganhar sem nenhum ponta-de-lança de raiz no onze, também me parece suicida, especialmente quando no banco tem Liédson e Nuno Gomes. Insistir em Ronaldo como ponta-de-lança e capitão, quando já se percebeu que nem numa nem noutra coisa ele é bom, é matar o próprio jogador e colocar a equipa sobre brasas. Estes têm sido alguns dos erros, mas também não explicam tudo...

É um facto que, durante esta década, não fizemos qualquer trabalho de base a nível da formação, pelo que concordo com a metáfora do leite e da vaca que Queiroz usou há uns meses. Nisso, verdade seja dita, parece que estamos a evoluir e a trabalhar novamente. O problema é que o leite que a vaca antiga deu, certamente ainda daria para alimentar um mundial e outro europeu. E se o primeiro é em 2012 e ainda falta tempo, parece que para o segundo, nem uma embalagem hermeticamente selada da Tetra Pack nos poderá levar. E o mundo não deixará de estranhar que Ronaldo, Simão, Nani, Ricardo Carvalho, Bosingwa, Pepe, Tiago e Deco fiquem de fora do mundial...

Esperemos que isso não aconteça...

A nossa selecção

Cá está! Tenho o privilégio de pela primeira vez comentar aqui as incidêndias de uma aventura da nossa selecção. E logo numa dupla jornada tão difícil e decisiva!

Sábado é com a Dinamarca. Jogo essencial para duas coisas: para o próprio apuramento, e para a possibilidade de apuramento directo (1ºlugar do grupo). A Dinamarca tem bastante avanço (7 pontos) e apenas mais um jogo com Portugal (o de Sábado), mas ainda não tem o 1º lugar assegurado. Seria óptimo para Portugal chegar ao 1º, mas será, mesmo ganhando em Copenhaga, extremamente difícil. No entanto, a vítória é absolutamentre fundamental até na luta pelo 2º lugar (que dá acesso a um play-off de apuramento).

A Dinamarca, segundo rezam as crónicas, apresentar-se-à no Sábado sem 9 dos seus habituais titulares, embora acredite que há algum exagero nisto, sinceramente. De qualquer forma, apresentar-se-á desfalcada, o que aumenta bastante as hipóteses de qualquer adversário. Creio porém que existem duas coisas essenciais a ter em conta: a primeira é que não nos podemos 'fiar' nesse facto. Portugal tem equipa para bater a melhor equipa da Dinamarca, portanto, o facto de jogar contra a equipa B pouca deve importar na cabeça dos jogadores. A segunda prende-se com a ousadia e capacidade de assumir o jogo que a selecção terá de ter. Nada de estudo do adversário ou entrada cautelosa. A única forma de colocar a Dinamarca em sentido é apostando numa entrada forte no jogo, que enerve e assuste os dinamarqueses, que, diga-se de passagem, ainda não perceberam como conseguiram ganhar em Alvalade, e já lá vai quase um ano.

Não me esqueci de Liédson. Não consigo ter uma opinião clara em relação a isto. Se por um lado é um facto que a selecção é nacional e deve ser constituída por jogadores portugueses, não é mais verdade que Liédson é, neste momento, um cidadão português de pleno direito, que apenas não pode candidatar-se à Presidência da República. Creio que a federação agiu bem neste caso. Esperou que o processo decorresse naturalmente e como qualquer outro e convocou o jogador quando ele se tornou português. Existe aqui outra discussão ainda, que se prende com a 'moralidade' da coisa. Por aí não entremos. O assunto é muito grande e dá para muitas discussões...

Para terminar, Queiroz. Boa a ideia de 'fugir' do país para preparar com mais calma e tranquilidade o duplo compromisso. Só creio que a sua comunicação por vezes não é a mais clara, dando azo a diversas interpretações capazes de gerar mal-entendidos, o que aconteceu no recente caso Ronaldo-FPF-Real Madrid. Vamos ver se tacticamente volta a apostar no 4x4x2 do Leichtenstein, que até deu bons resultados no início desse encontro. Até porque é aqui que Liédson se sente como 'peixe na água'...

Vamos embora Portugal!

A Jornada 3

8-1. Só quem não quer é que não vê nestes números o facto da jornada. O Braga continua em primeiro, o Porto e Falcão vão cumprindo, o Sporting lá ganhou, o Benfica fez uma festarola e acabou com a crise de golos. Resumindo, foi isto que aconteceu.

O facto da jornada foram mesmo os 8-1. Vi o jogo e confesso que do Vitória de Setúbal não esperava muito mais. Do pouco que já tinha visto, tinha ficado com a ideia de ser uma equipa muito fraquinha. Surpreendeu-me o Benfica pela acutilância no ataque e capacidade concretizadora. Boa qualidade de jogo e sede de bola. Na defesa confesso que uma ou duas coisas ainda parecem estar desalinhadas, o que até agora não teve consequências por sorte (Guimarães) ou porque os adversários nem sequer colocaram esse sector à prova (Marítimo e Setúbal). E estou em crer que Júlio César não vai demorar muito a ter a sua oportunidade...é que Quim continua a comprometer e Moreira mostrou em Poltava que alguma coisa não está muito bem nas balizas da Luz.

O Porto fez o devido. A Naval pareceu-me também muito fraquinha em determinados períodos do jogo, mas com uma diferença: agigantou-se noutros momentos da mesma e foi pondo o Porto em sentido.O golo cedo ajudou, mas a vitória foi justa e relativamente fácil. O Porto parece uma equipa bem menos espectacular que a do ano passado, mas igualmente segura e com margem de progressão. Creio que o grandíssimo problema continua a ser Hélton. Voltou a cometer erros inacreditáveis, demonstrando grande insegurança e intraquilidade. Não fosse a grande qualidade (há que dizê-lo) dos 2 centrais do Porto, e os nortenhos já teriam tido grandes problemas. E também estou em crer que Beto não vai demorar muito a aparecer na baliza portista...

O Sporting foi, de todos, o que produziu exibição menos capaz e espectacular. Teve dois méritos, no entanto: a quebra de jejum de vitórias e o reaparecimento de Liédson (em boa hora...para a selecção!). A vitória trará alguma tranquilidade e aliviará alguma pressão resultante da eliminação da Champions. Mas muitos dos problemas permanecem na equipa (maus defesas laterais, constante insegurança defensiva, demasiada rigidez táctica, incapaz de surpreender os adversários) e não é esta vitória que os vai apagar.

Vi o Braga pela primeira vez esta época e gostei. Contra uma boa equipa (atenção a este Belenenses!) mostrou bom futebol e conseguiu responder a algumas adversidades. Nota para o ressurgimento de Hugo Viana, que, ou muito me engano, ou será opção para Queiróz brevemente.

Para finalizar, as notas positivas e negativas da jornada 3...

Positivo
-Porto e Benfica em franco crescimento;
-Belenenses e Braga, pelo excelente espectáculo que protagonizaram;
-Falcão e Cardozo, pelos golos;
-Aimar, pela exibição formidável;
-Regresso aos golos de Liédson;

Negativo
-Os 3 nulos;
-Leixões e Guimarães, que continuam sem um único golo marcado(!);
-Vitória de Setúbal e Carlos Azenha, menos conversa e mais trabalho;
-Excesso de faltas em quase todos os jogos da Liga...assim não há futebol que aguente;

Daqui a duas semanas volta o campeonato...até lá!